Às vezes sinto que Ângela é eletrônica. É uma máquina de alta precisão ou nascida em proveta? Ela é feita de molas e parafusos? Ou é a metade viva de mim? Ângela é mais que eu mesmo. Ângela não sabe que é personagem. aliás eu também talvez seja o personagem de mim mesmo. Será que Ângela sente que é um personagem? Porque, quanto a mim, sinto de vez em quando que sou personagem de alguém. É incômodo ser dois: eu para mim e eu para os outros. (Clarice Lispector. Um sopro de vida - pulsações)
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