14/07/2007

A CIDADE DAS LETRAS

O papel do intelectual letrado perante a Cidade das Letras, neste início de milênio, encontra-se em constante questionamento. A partir do momento em que caiu por terra o sonho do ideal iluminista da razão, a função dos intelectuais, dos humanistas, dos tecnocratas, passa a transitar diante dos simulacros tecnológicos, dos espelhismos sem fim, das paisagens transitórias, propondo uma intensa reflexão sobre seu lugar no processo cultural nas cidades. Nesse panorama de mundo pós(pós)moderno abarrotado de utopias desencontradas os significados parecem fundir-se num mar do capitalismo globalizante. A Cidade das Letras dissipa sua própria existência e trás à tona as polêmicas acadêmicas, as teorias da moda, as novas tecnologias e a mídia impondo um modelo único de consumo. A colonização traz a imagem refletida do colonizador e nesse novo mundo, a classe dominante é quem detém o poder do discurso cultural. Assim, mesmo que a Cidade das Letras tenha ficado mergulhada na escuridão, consideramos os argumentos citados férteis o suficiente e passíveis de discussão.

(Baseado em: RAMA, Angel. La Ciudad Letrada)

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